Economia

Feiras livres são alternativa para economizar na compra de alimentos

Segundo estudo da Furg em São Lourenço do Sul, produtos estão 32,7% mais baratos nas bancas; em Pelotas economia é de 29%

Jô Folha -

Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Apresentando uma alta de 14,41% no cesto básico, o aumento dos preços dos alimentos nos supermercados de Pelotas em abril foi o maior dos últimos 12 meses, segundo pesquisa realizada pelo Procon do município. De acordo com o relatório, os itens que evidenciaram-se pela alta foram a carne de frango, com 122,89%, e a batata, com 47,3%. Em março, o valor do cesto de produtos básicos era de R$ 1.219,83, já em abril, R$ 1.395,59. O Procon ainda não realizou a pesquisa do mês de maio.

Uma boa alternativa para poupar pode ser as feiras livres. É o que aponta uma pesquisa feita pelo campus da Universidade Federal de Rio Grande (Furg) em São Lourenço do Sul. Ao longo de um ano, entre setembro de 2020 e agosto de 2021, a estudante de agroecologia Isabela Fredes de Freitas realizou levantamento em bancas agroecológicas e convencionais e comparou com redes de supermercado da cidade. O objetivo era avaliar se os preços dos alimentos orgânicos comercializados nas feiras seriam ou não mais caros do que os convencionais. O resultado do estudo foi que em geral o preço dos alimentos é 32,7% mais barato nas feiras.

O resultado apontado pelo acompanhamento da Furg não difere muito do que é percebido em Pelotas. Na última quarta-feira, a reportagem do Diário Popular fez levantamento semelhante ao da universítária comparando o preço de feiras livres com supermercados em Pelotas. Foram escolhidos legumes, frutas, hortaliças grãos e ovos, itens que compõem o cesto básico. O resultado é que estes os alimentos estão cerca de 29,5% mais baratos nas feiras. Índice bastante próximo ao verificado na pesquisa de São Lourenço. Entre os itens que se destacaram pela diferença de preço nas feiras pelotenses estão o alface (61% mais barato), a laranja (-49,4%), a banana (-36,8%) e a dúzia dos ovos de granja (-30,8%).

Efeitos da pandemia e da guerra

De acordo com o pesquisador em Economia da UCPel, Gustavo Frio, a pandemia e a guerra entre a Rússia e Ucrânia estão entre as principais razões que causam o crescimento da inflação, afetando o preço dos combustíveis, dos grãos, da energia elétrica e dos alimentos em geral. O reajuste do diesel também é um dos fatores que mais impactam, aumentando o preço do transporte e toda a cadeia logística. O último aumento, de R$ 0,40, anunciado pela Petrobras no início da semana passada, ainda poderá ocasionar novo aumento nos alimentos nos próximos dias. "É difícil mensurar esse impacto", declara, Frio.

"A inflação é um crescimento generalizado dos preços, e é o que está acontecendo. A gente vê o aumento do combustível da energia elétrica e dos alimentos, que acaba sendo sentido pela população nas compras do dia-dia, então é sempre bom para os consumidores procurar preços em locais diferentes, além de realizar uma pesquisas desses preços para conseguir o máximo possível reduzir um pouco o impacto da inflação sobre o seu orçamento", explica Gustavo.


Economia ao comprar nas feiras em Pelotas*

Alface - 61%
Banana - 36,8%
Batata inglesa - 3,2%
Cebola - 32,8%
Cenoura - 25,7%
Feijão preto - 9,91%
Laranja - 49,4%
Maçã - 41,2%
Mamão - 13,8%
Ovos de granja - 30,8%
Repolho - 24,8%
Tomate - 24,6%

* De acordo com pesquisa feita pelo DP na quarta-feira, dia 18

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